terça-feira, 5 de julho de 2011

Medo, medinho, medão de envelhecer


Lembra aos 10 Anos? Queríamos e sonhávamos em chegar aos 15, em usar salto alto, encontrar um namorado perfeito que seria o amor de nossas vidas. Aos 15 sonhávamos com os 18, dirigir, ir a baladas, conhecer caras mais velhos, viajar com amigos, azar os gatinhos. Aos 18 queríamos ter 21 de qualquer forma, terminar a faculdade, ter um mega bom emprego, namorar caras "cabeça" viajar muito mais, planejar sem pretensões um possível casamento, ter o próprio carro descer para praia quando desse na telha.

Os 21 anos são realmente ótimos, adorei os meus, adorei reunir meus amigos e comemorar e bebemorar muito!!!, adorei a carteira de motorista (que demorei para por em prática), amei as viagens que fiz sozinha ou com amigos, amei os finais de semana na praia, gostei de namorar caras tipo "cabeça" e também os "badboys" 

Mas vieram os 22, os 23, os 24... e aqui estou eu em plenos 25 anos, como diz uma pessoa próxima 1/4 (um quarto) de século. Nossa a um tempinho atrás parecia algo tão distante, até parecia que isso não ia  chegar nunca, confesso que a princípio achei estranho, de repente, e muito de repente, eu não era mais uma menina, mas uma mulher, quando dei por mim, não eram mais as bandas que eu curtia que estavam na moda, não era mais para mim as vitrines de moda jovem, brincos coloridos, roupas super cor de rosa, bolsas cheias de frufru, já não me atraiam tanto, tennis e  camisetas de bandas ou personagens, já não se encaixavam no meu trabalho. E o principal, quando as pessoas falavam "Essa nova geração" eu não estava inclusa.

O meu receio e minha precoce e exagerada crise da meia idade começou na verdade aos 23, comecei a pensar que o tempo estava passando rápido de demais, e que injustamente eu estava envelhecendo na mesma velocidade. Achei que seria triste e deprimente...Mas para minha surpresa... ainda bem... eu me enganei.

Hoje assumo minha idade, e a crise sumiu por inteiro, na verdade me acho bem nova, quase uma menina. Praticamente um semestre depois do meu aniversário, olho para trás e gosto do que vejo, lembro com meus amigos as bobagens, os foras, os micos que fizemos no passado e acho graça, consigo dar risada dos imensos problemas que eu achava que tinha, relembro sorrindo das noites chorosas ao fim de um namoro que parecia tão importante.

Tanto se passou, e hoje simplesmente gosto das músicas que escuto, e não me importo nenhum pouco delas não comporem o top 10 das principais rádios. Gosto do modo que me visto, das calças de cintura média, das blusas tampando a barriga, o dos casacos mais sóbrios. Gosto de meu carro nada extravagante e da motorista previsível e metida a certinha que sou (bração).  Me acho bonita, como sempre me achei, aos 15, aos 18, aos 21 e agora. Descobrir que cada fase tem seus encantos, sua beleza, seus amores.

Embora até pareça um pouco bobo, tenho um certo orgulho de ter 25 e não ter nenhum pouco de saudade dos 18. Espero daqui uns poucos anos, aos 30 reler este post e dizer com plena certeza que não tenho saudades dos 25. Pois se sentir bem no presente (nesse caso o presente vai ser o futuro) significa estar bem consigo mesmo, estar de bem com a vida, de bem com quem se tornou e com o rumo que a vida tomou. É uma claro sinal que estamos felizes. O que poderia ser melhor, já que em toda e qualquer idade é a felicidade que almejamos e planejamos. Todas as idades são mágicas , o que muda é só a matéria prima com que faz o pó pirlimpimpin.

Aos 25, aos 30, aos 40, aos 50... e por muito mais. Envelhecer não é algo ruim, e nem precisa dar medinho. O ruim é ser infeliz, e isso não é culpa da idade, mas do que fazemos ou deixamos que façam com nossas vidas, envelhecer é a chance que temos de continuar aproveitando o bônus que chamamos de vida, simples assim.

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